14 de jan. de 2013

Manoel Ribas comemora 57 anos, mas prefeita diz que “nem tudo é festa”

Prefeita reclama do abandono dos bens públicos deixados pelo antecessor



A prefeita de Manoel Ribas, Elizabeth Stipp Camilo, está indignada com o estado que encontrou o patrimônio da Prefeitura. Segundo Bete Camilo, está quase impossível atender às demandas do município porque veículos e maquinários estão destroçados. “No relatório final da gestão anterior consta que a administração passada gastou, somente em 2012, R$ 1.077.221,58 em Materiais para Manutenção de Veículos. Ou seja, mais de 1 milhão de reais para manter os veículos da Prefeitura em dia, mas, infelizmente, isso não aconteceu”, destaca.

Na tarde do dia 2 de janeiro, Bete Camilo e seu vice Moacir Comunelo, acompanhados dos vereadores Vagner, Fabinho da Farmácia, Ronaldinho e Buca, realizaram uma vistoria no pátio rodoviário da Prefeitura.  No local, puderam verificar os veículos sucateados por falta de manutenção, muitos deles parados a céu aberto e precisando de peças, se deteriorando no estacionamento. “A ambulância, que fazia o transporte dos pacientes está parada e em condições precárias”, acrescenta a chefe do executivo, dizendo que para fazer remoção dos doentes estão utilizando veículos particulares e contando com a ajuda de amigos. “O pátio interno do Almoxarifado Central da Prefeitura foi transformado em um cemitério de veículos sucateados”, destaca Bete Camilo.

Para o diretor do Departamento dos Transportes, Amazílio Fogaça, o pátio de máquinas está um verdadeiro caos. “Cerca de 90 por cento dos nossos veículos e maquinários estão estragados. Dos 10 caminhões da Prefeitura, somente 2 estão em condições de uso, os demais estão parados e sem revisão e, muitas vezes, não faziam nem troca de óleo”, reforça Fogaça, lembrando que a frota está comprometida. “Dos mais de 30 carros baixos, temos somente 6 em condições regulares de uso; das 5 ambulâncias, só temos 1, porque conseguimos fazer funcionar no dia 3 de janeiro; das 5 pás-carregadeiras, só 1 funciona; das 3 motoniveladoras, só 1 está trabalhando; dos 22 ônibus, 6 estão estaleirados. Enfim, estamos com muitas dificuldades”, declara Amazílio Fogaça.

Saúde caótica e hospital quase interditado

Para o novo diretor do Departamento de Saúde de Manoel Ribas, Moacir Schemberg, a tarefa é tirar a saúde do município da “UTI”. “Chega a ser vergonhoso o estado do Hospital Municipal, que está em vias de ser interditado. A Vigilância Sanitária deu 90 dias para adequarmos o Hospital, senão o fecharão”, destaca Schemberg. “Na vistoria, os agentes da Vigilância Sanitária da 22ª Regional de Saúde elencaram 140 itens e reprovaram 129. Nós já estamos utilizando nossos pedreiros para corrigir os defeitos”, relata Moacir Schemberg.  

As reformas e readequações já começaram pelo centro cirúrgico. A auxiliar do diretor, Sara Moreira, disse que não havia medicamentos, mas que a equipe já adquiriu e os estão distribuindo.

Para Moacir Schemberg, “a situação é caótica, mas um alento é que a equipe de funcionários é excelente”. Segundo Schemberg, sua esperança é que, em breve, poderão realizar todos os atendimentos e internamentos necessários, além de garantir o fornecimento de medicamentos.  

A prefeita Bete Camilo e seu vice Moacir Comunello visitaram as instalações do Hospital Municipal Santo Antônio e puderam verificar que a situação é realmente precária. As irregularidades são tantas que em 2010 a Vigilância Sanitária já havia notificado o município solicitando providências, a fim de evitar o fechamento do hospital. “Nenhuma providência foi tomada e, em 2012, o Hospital Municipal ficou na iminência de ser interditado pela Vigilância Sanitária, o que só não foi feito porque a prefeita se comprometeu em sanar a irregularidades em 90 dias.

Segundo os novos gestores, o Hospital Santo Antônio é alvo de muitas críticas por grande parte da população, que afirma que os problemas são inúmeros, dentre eles, que a unidade de saúde tem sérios problemas de conservação, a ambulância que deveria servir a comunidade encontra-se quebrada com motor fundido e totalmente destruída, falta de médicos, auxiliares de enfermagem e remédios, sem contar que a estrutura do hospital está precária, com rachaduras nas paredes e leitos sem condições de receber pacientes.  “Na verdade o hospital terá que passar por uma severa reforma, já que nos últimos dois mandatos nada foi feito neste hospital. As condições de atendimento são precárias: camas enferrujadas, aparelhos danificados e pias em péssimo estado de conservação, são alguns dos tantos problemas que se pode constatar no hospital”, confirma Dr. Moacir Schemberg, ressaltando que o município já foi alvo de diversas denúncias do Ministério Público, que questiona o pagamento de médicos que atuavam no Hospital Municipal. “Na ação, a Promotoria pede que sejam devolvidos aos cofres públicos mais de R$ 4 milhões, que teriam sido pagos irregularmente ao médico Sigfried Willi. A prefeita Bete Camilo diz que “se esse dinheiro desviado tivesse sido aplicado corretamente, a saúde de Manoel Ribas não estaria pedindo socorro”.

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