19 de mai. de 2012

Compagas projeta investir U$ 20 mil em Pitanga

Para atender a necessidade de ter mais gás natural e por menor valor, a Companhia Paranaense de Gás (Compagas), que hoje apenas distribui o recurso no Paraná, deve entrar no setor de exploração e produção do combustível.

Para atender Guarapuava, Compagas projeta investir  U$ 20 mi em PitangaO plano é atuar em pequenos campos para ganhar experiência e na sequência participar da exploração de grandes reservas no estado, caso se confirmem os indícios da existência de novos campos.

A Agência Nacional do Petróleo (ANP) estuda bacias de Norte a Sul do Brasil, que podem elevar a oferta ao mercado em 360%, o que, segundo o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, faria o país viver a “era do ouro para o gás” (leia mais nesta página). Na Bacia Sedimentar do Paraná – formação geológica que abrange quase todo o Sul do país e parte das regiões Sudeste e Centro-Oeste – há potencial para geração e acumulação de gás natural, mas a área é praticamente inexplorada e pouco conhecida.

A bacia será objeto de um levantamento magnetotelúrico (que analisa o tipo de rocha e sua permeabilidade) encomendado pela ANP. Uma empresa está sendo contratada para projeto e a coleta de dados deve começar em setembro. A ANP não informa em que parte da bacia será feito o estudo. Para a área do Paraná, em especial, um segundo levantamento sísmico está programado e deve ser licitado em setembro.

De olho neste potencial, a Compagas pretende participar da licitação do campo de Barra Bonita, em Pitanga, no Centro do estado, onde já é comprovada a existência de uma reserva de pelo menos 500 milhões de metros cúbicos – a área é considerada marginal para exploração. Por essa razão, a Petrobras, que detinha a permissão de explorar a área, devolveu a concessão para a ANP, por não tê-la explorado. Não há previsão para a licitação ocorrer.

A Compagas, que no ano passado teve faturamento de R$ 350 milhões, planeja investir entre US$ 18 milhões e US$ 20 milhões (cerca de R$ 38 milhões) para a exploração da área, que atenderia as regiões de Guarapuava e Maringá. O valor não leva em conta o lance da licitação. “A Compagas pretende disputar o direito de explorar o campo, que, apesar de pequeno, nos faria aprender com a operação, a ter experiência para atuar em outras áreas”, salienta o presidente da empresa, Luciano Pizzatto.

Pelo fato de a área ser pequena, Pizzatto acredita que o campo de Barra Bonita não deva atrair o interesse de grandes exploradores. “Entretanto, pequenos exploradores, que hoje atuam no Nordeste, podem querer participar. Mas como a Compagas tem a vantagem de ter o mercado próximo, talvez a disputa não fique tão acirrada e os lances não fiquem tão altos”, pondera. O presidente da companhia afirma que a empresa não tem previsão para os lances.

A exploração viria em boa hora. Para 2013 e 2014, a companhia tem contratos fechados na ordem de R$ 800 milhões. O faturamento poderia chegar a R$ 1,5 bilhão, mas a empresa não pode se comprometer por falta de garantia de suprimento. “Temos condições de operar onshore [na terra] e não se exclui a possibilidade de participarmos de outras concorrências para novas reservas no estado. A Compagas tem o benefício do monopólio, mas, como contrapartida, deve buscar o atendimento de todo o estado. Hoje estamos limitados à Grande Curitiba e a Ponta Grossa, o que impede o surgimento de novos polos, mas isso poderia mudar com a exploração”, explica Pizzatto.

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