8 de mar. de 2013

Em 10 anos, Brasil deve aumentar produção em 40%, alerta Roberto Rodrigues

Em 10 anos, Brasil deve aumentar produção em 40%, alerta Roberto RodriguesEx-ministro prevê aumento na produção de milho e conseqüente redução no preço.

O ex-ministro Roberto Rodrigues iniciou sua palestra há instantes durante o Dia de Campo da Agrária fazendo um alerta sobre a exigência mundial de que o Brasil aumente sua produção de grãos em 40% em 10 anos. “Em 2020, os países de primeiro mundo vão oscilar o aumento da sua produção. Porém, de acordo com as estimativas, o consumo de grãos no mundo deve aumentar em 20% nos próximos 10 anos.
Os países externos estão pressionando o Brasil para crescer 40%, para equilibrar com os países que não vão atingir essa meta”, explicou Rodrigues.

Outro alerta feito pelo ex-ministro é a evasão que vem acontecendo nos últimos 12 anos na área rural. “Isso quer dizer que há menos gente produzindo para muito mais pessoas. Por isso, as tecnologias de produção têm que ser cada vez melhores, pois o crescimento populacional está comprometendo os estoques mundiais de alimentos”, enfatizou.

Em sua apresentação, Rodrigues, que ocupou o cargo de ministro entre 2003 e 2006 e atualmente é coordenador do Centro de Agronegócios da FGV (Fundação Getúlio Vargas), abordou o tema "Perspectivas do Mercado Agrícola de Milho e Soja".

Utilizando dados da Agroconsult, Rodrigues prevê uma grande produção de milho em todo o mundo este ano. “No Brasil, somando as duas safras, a previsão é de que a produção chegue a 76 milhões de toneladas. E no mundo inteiro há essa mesmo estimativa. Isso quer dizer que os estoques mundiais vão se estabilizar nos próximos anos, fazendo com que haja uma redução no preço mundial do milho. A previsão é de que a rentabilidade do milho caia em até 50% no próximo ano”, disse.

Na avaliação de Rodrigues, as cooperativas brasileiras têm sido fundamentais no crescimento da produção nacional de grãos nos últimos anos. “São as cooperativas que trazem e disponibilizam as novas tecnologias e são as cooperativas que sempre estão atuando em parceria com os produtores e partindo para a industrialização, ou seja, transformando grãos em carne, nos casos dos frigoríficos”, destacou.

O ex-ministro apontou que o crescimento do Brasil pode estar baseado nos próximos anos em venda de proteína e energia para o mundo. “O Brasil tem muita capacidade de transformar grãos em carne, que é proteína, e aumentar em muito a sua geração de energia elétrica, por todo o potencial geográfico que o País tem. E é isso que o mundo está buscando para os próximos anos. O Brasil pode crescer cada vez mais na venda desses dois produtos”, disse.

Porém, Roberto Rodrigues questionou a falta de uma estratégia política no Brasil para avançar o quanto precisa nos próximos anos. “Fui ministro, e sei o quanto é difícil criar e por uma estratégia na prática. É duro convencer as pessoas que precisamos de uma estratégia. Falta para nós uma política verdadeira, primeira uma política de renda para os produtores. Não existe isso. Não existe preço mínimo definido. O produtor produz pra depois ver o quanto vai receber. Tem muito para avançar no setor estratégico. Esse é o nosso desafio”, alertou.

Rodrigues concluiu sua apresentação dizendo que “o País está crescendo pela competência dos produtores, somente por isso. São os produtores que estão gerando a riqueza e desenvolvendo o País. Isso tem que mudar. Tem que produzir e receber o justo pela produção, pois isso irá impulsionar a economia nacional cada vez mais”.

http://www.redesuldenoticias.com.br/noticia.aspx?id=50180

Nenhum comentário:

Postar um comentário

.

.