10 de nov. de 2012

Entrevista exclusiva: Delegado da 14° SDP Dr. Italo fala sobre as cinco crianças que morreram queimadas


 Morreu no início da noite desta quinta-feira (8) a quinta criança vítima de um incêndio em uma casa de Guarapuava, na Região Centro-Sul do Paraná, ocorrido na noite de quarta (7).
Segundo informações no Hospital Santa Tereza, onde a menina de oito anos ficou internada, ela estava prestes a ser transferida para o Hospital Evangélico, em Curitiba, mas acabou não resistindo aos ferimentos e faleceu por volta das 19 horas.


Com a morte da menina, todas as crianças vítimas do incêndio faleceram. De acordo com informações do Corpo de Bombeiros do município, uma menina de um ano e nove meses morreu no local. Um menino de dois anos e uma garota de 11 anos morreram logo depois de serem levados ao hospital. A quarta vítima foi um menino de cinco anos, que faleceu no hospital na manhã desta quinta-feira.


As cinco crianças moravam em uma casa de madeira no bairro Santa Cruz, na zona central de Guarapuava. Segundo o delegado, tudo indica que a residência pegou fogo acidentalmente. “Era uma casa pequena, com um compartimento único. Como não havia energia elétrica, o imóvel era iluminado por velas”, disse o delegado. Em menos de dez minutos, as chamas consumiram a casa. De acordo com as investigações, as crianças estavam dormindo, o que impossibilitou que fugissem ou que gritassem por socorro.


Mães foram presas

As duas mães das crianças foram presas em flagrante nesta quinta-feira por abandono de incapazes. Segundo a polícia, elas – que são irmãs – deixaram os filhos em casa e saíram para “a vida noturna”.

As acusadas foram identificadas como Daniele Gonçalves, de 19 anos, e Marilene Gonçalves, de 29 anos. O delegado Ítalo Biancardi Neto informou que as duas já foram ouvidas, assim como outras testemunhas, como vizinhos e familiares. As investigações apontam que elas tinham o costume de deixar as crianças sozinhas, sem supervisão de um adulto. “De forma habitual e reiterada, elas saíam para a vida noturna, em bares, boates, encontros amorosos e coisas do gênero, e deixavam as crianças na residência”, afirmou.

Segundo o delegado, apesar de terem perdido filhos, as duas aparentavam uma “calma razoável” durante o depoimento. Somente depois que receberam voz de prisão e que foram encaminhadas à carceragem é que elas se alteraram emocionalmente.

“A partir do momento que foram presas, elas já sentiram mais o drama, passaram a se comover com a situação. Acho que se deram conta do que fizeram”, avaliou Biancardi Neto. As duas irmãs dividem uma cela, separadas das outras presas da cadeia.

A pena prevista para cada vítima fatal é de até 12 anos de reclusão. Para cada lesão corporal grave, elas podem pegar até cinco anos de reclusão, caso condenadas. (blog do Jonei Farias)

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