Novo chefe assume escritório regional do IAP em Pitanga

Na segunda-feira, 1º de abril, Marcos Zeschotko assumiu a chefia do escritório regional do IAP, em Pitanga, que também atende os municípios de Mato Rico, Laranjal, Santa Maria do Oeste, Boa Ventura de São Roque, Palmital e Nova Tebas. Com isso, o Jornal Paraná Centro realizou uma entrevista com Zeschotko, que falou sobre a atuação no IAP como técnico, já que trabalha na instituição, desde 1985, e, agora, como chefe.

O chefe do IAP falou ainda sobre os desafios nos sete municípios de atuação. Marcos Zeschotko, na ocasião, aproveitou a conversa com o semanário para divulgar que, nos meses de abril, maio e junho, são proibidos o corte de Pinheiro. Ele disse também que a colheita e a venda de pinhão só poderão ocorrer a partir do dia 15 de abril. Zeschotko agradeceu a aprovação quando assumiu a chefia que, segundo ele, a população demonstrou.

Jornal Paraná Centro – Você assume a chefia, mas trabalha no IAP, em Pitanga, desde 1985?
Marcos Zeschotko - Assumi a chefia do Escritório regional, no dia 1º de abril, mas estou no IAP em Pitanga, desde 1985. Passei num concurso do Estado e, com isso, vim trabalhar na área de fiscalização. Fiquei três meses trabalhando como fiscal e depois passei para a área fundiária. Tínhamos o famoso Grilo do Tigre e tivemos o trabalho da regularização fundiária em Boa Ventura, que hoje é município. Fizemos um levantamento num total de 60 mil alqueires. Destes regularizamos 8 mil em Pitanga e 15 mil em Boa Ventura.

O município de Boa Ventura tem um grande trabalho feito pelo Estado desde 1983. Trabalhei 15 anos na área fundiária. Agora, fui convidado para assumir a chefia do IAP e todos esses anos de casa me deram condições para assumir. É um desafio novo. Não sou político e sim técnico. Por isso, vou fazer um trabalho técnico, dando continuidade aos projetos do Governo, atendendo assim os municípios. O nosso escritório tem 7 municípios e a extensão de terras é grande. Então, temos um grande trabalho pela frente. Além de ter assumido a chefia, não vou largar as funções que tinha. Vou continuar fazendo o meu trabalho como técnico.

Jornal Paraná Centro – Um dos grandes desafios do IAP é a questão do aterro sanitário. Neste sentido, qual é a situação dos municípios da região?
Marcos Zeschotko - Na nossa regional, fico feliz, porque faz em torno de dois anos ou menos, que assumi a questão do aterro sanitário. O Governo do Paraná tem documento feito que até 2014 todos os municípios devem ter os aterros sanitários regularizados. Em Pitanga, temos o aterro sanitário, barracão de triagem e a Associação de Catadores, tem todo o equipamento no aterro. E é para estar funcionando direito.

O que está faltando, vamos conversar mais junto a Prefeitura e fazer um trabalho melhor com a reciclagem na cidade. A Prefeitura está correndo atrás de recurso para adquirir equipamentos, mais caminhões com baú, para fazer um trabalho melhor na coleta reciclando e esse é um grande desafio, porque precisamos precisa da população. A população tem que nos ajudar e separar o lixo na casa. Lixos úmidos [resto de comida e de banheiro] e reciclados [plástico, papel, papelão]. O lixo úmido vai direto para a vala.

Palmital tem um aterro bom e um trabalho mais avançado do que o nosso, porque vendia produto reciclado. No total, 18 famílias viviam disso. Inclusive, as famílias tinham uma media salarial de R$800 a R$1.000. Laranjal tem um aterro pequeno, com valas pequenas. Aterro licenciado. Santa Maria tem um aterro com licença de instalação com as valas. Em Mato Rico instalamos em 2012, uma grande luta, aterro de pequenas valas. Em Mato Rico, só a reciclagem ainda não temos, mas o aterro está funcionando.

Não está 100%, mas também não é lixão. Em Nova Tebas, a prefeita contratou uma empresa, que fez um sistema de aterro sanitário de outro modelo, que é o de célula. Igual ao que tem em Curitiba e Cianorte. Na nossa região não tem desse modelo. É um aterro mais complicado e maior. É um aterro certo, mas é mais difícil de trabalhar. Agora, eles vão colocar a manta.

O Ministério Público pediu para tirar o lixão da beira da estrada, então, foi autorizado fazer uma vala provisória. Mas eles vão prensar e guardar nessa célula. Era para estar funcionando, mas, por questão de chuva e dinheiro, não está ainda. Acredito que até a metade do ano estará funcionando. Então, entre os municípios o único que está no sistema lixão é Boa Ventura de São Roque, que tem a área e o licenciamento. Dos 7 municípios podemos dizer que temos um lixão.

Jornal Paraná Centro - Então, quer dizer que o lixão não é mais um problema na região?
Marcos Zeschotko - Temos que lutar pela continuidade do trabalho e pela reciclagem para não jogar tanto produto fora. Fazer com que a população entenda que existe uma dificuldade na coleta, mas tem que ajudar o município, porque se joga um saco, espalha-se o lixo, vai para os rios e entope os bueiros.

Uma vez encontramos dentro do rio até sofá. Sempre faço uma brincadeira com as crianças nas minhas palestras. Mostro para elas que, quando se pega um papel de bala e joga no chão, o teu papel parece que não vai fazer efeito algum, mas soma com todos os papéis de balas. Digamos que, em Pitanga, diariamente os 32 mil habitantes pegam uma balinha e jogam o papel no chão. Com isso, dá para perceber o estrago que faz.

Jornal Paraná Centro - Outro desafio, principalmente em Pitanga, é amenizar o problema dos dois rios que corta a cidade (Ernesto e Pitanga)?
Marcos Zeschotko - Nós temos este problema em quase todos os nossos municípios.

Jornal Paraná Centro – Tem o que ser feito?
Sim. Tem que ser feito projetos, limpeza dos rios e a população tem que nos ajudar. Não jogar entulhos e não construir sem autorização. Tem que buscar outras soluções do que tentar ficar a margem da lei, porque depois fica com problema e cria um problema com a sociedade. A população para nos ajudar tem que buscar informação, com o IAP, com as secretarias municipais de Meio Ambiente para tentarmos achar soluções para o problema.
Temos vários problemas que, no decorrer do tempo, é preciso buscar solução. O presidente do IAP, Tarcísio [Luiz Tarcísio Mossato Pinto], sugeriu que devemos atender bem a população e dar prioridade aos empreendimentos que atendem a população, mas ele destacou que dar prioridade não é autorizar.

Jornal Paraná Centro- Você está aqui no IAP, desde 1985. Acredita que dos chefes anteriores é o mais técnico?
Marcos Zeschotko - Todos os chefes que passaram por aqui fizeram um grande trabalho. Tivemos o doutor José Augusto, que era um advogado, veio trabalhar na área fundiária e tornou-se chefe durante 13 anos. Também veio o doutor Orlei Ziegmann, o doutor Joceyr Carvalho Guilherme também fizeram um grande trabalho. Cada um faz o próprio trabalho e deixa a própria marca. Prometo fazer o melhor possível.

Com certeza, a minha gestão será mais técnica. Quero tentar atender todos da melhor forma, mas não é fácil, porque a nossa estrutura é pequena. Precisaríamos ter mais gente. O Governo está providenciando concurso. O que vai vir agora, segundo o Governo, é uma pessoa para a área administrativa. Pedi uma coisa ao presidente do IAP. Vou tentar instituir uma pessoa para trabalhar com educação ambiental. Estou estudando a ideia, mas tive carta branca do presidente para selecionar e conseguir uma pessoa – uma professora ou professor do próprio quadro do Estado.

Acho que a educação é o caminho. O meu sonho é conseguir uma pessoa para fazer este trabalho e atender todos os municípios. A pessoa faria as palestras, cuidaria da distribuição de mudas, entre outras coisas. Temos uma responsabilidade enorme que é a de cuidar do patrimônio de todos. Estamos empolgados, vamos precisar da ajuda da população e da imprensa. A imprensa é um caminho legal, tem um papel fundamental, se abrir espaço para divulgarmos.

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